domingo, 25 de julho de 2010

Corda-bamba-eu

Ao certo, eu não sei mais. O certo eu nem desconfio. E não confio no vento que leva o tempo, que se agarra á angustia, ao tormento, aos arrepios, a aflição. Se avança três passos, eu recuo quatro. Se fala três palavras, eu as sussurro em silêncio calado, me equilibrando com meu guarda-chuva e sapatilhas de ballet cor de folha seca na corda-bamba. Corda que pede meus assobios como um suicida que pede a morte. E eu assobio agora a mesma canção de quando estava em terra segura e firme, para a corda-bamba, que escuta imóvel e encantada. Terra segura, nunca deixou de ser. A corda que agora toma a minha face, que me confunde. Confunde o coração. Corda-bamba sou eu, um drama. O drama. Ô, drama! A terra é segura e rompe a corda-bamba-eu.