quarta-feira, 23 de março de 2011

Chorinho


Sou menina boba que chora por tudo e por nada.

Choro quando um pássaro cai, a cor sai, quando chega o outono, o papai noel, quando to feliz e quando to triste. Choro se você chora, choro se você ri, choro se quebro a folha, quebro a ponta, quebro o clima. Pra me fazer chorar é daqui pra ali. Pra me fazer sofrer, não. Aí já é mais difícil.
Choro porque sou pisciana, aquariana e canceriana, choro porque faz cócegas, choro quando dói. As vezes choro e nem percebo, as vezes quando não posso, eu choro. Meu choro é choro limpo, verdadeiro, transparente. Não sei chorar de mentira, mas aí é só eu pensar em alguma coisa boba que eu choro. E nesse chorinho de samba no pé, eu entro logo na dança, mas se saio do ritmo, eu choro.
Acredite meu amor, que se eu choro é porque eu sinto e se quando você vem com seu mimozinho, falando baixinho, dizendo que me ama e eu choro, ouça em cada lágrima derramada, um "eu te amo também" e se eu amo, eu choro.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Compasso

Não me entreguei a aquela cama como me entrego aos seus mimos.
Não me entreguei ao pandeiro como me entrego ao balanço da bossa nova.
Não quis arrasatr o pé no chão e dançar miudinho. A terra molhada nao tá pra samba.
Não me perdi no seu domingo porque o dia seguinte era segunda.

Te amei como se fosse a última cama, o último pandeiro, o último samba, o último domingo e a última vez.

Versinho

Se vai, amor, vem solidão.
E se o amor fica, se descompassa
Vem, meu amor, vem me fazer um carinho
To no meio do caminho
Esperando a sorte mudar
Pra eu mudar também
Aí, pro seu coração

Jardim


Quanto tempo ja foi?
Nem conto mais.
Aqui no meu jardim
Tempo vai
Quanto tempo ja foi?

E fica chato assim
Esse espaço, meio vácuo
Meio sozinho, meio doído
Meio inverno, meio verão
Meio saudade, meio paixão
Mas quanto tempo ja foi?

E preciso dar um fim nisso
Antes que isso me dê um fim
Um fim no meio, fim no espaço
Fim no vácuo, no sozinho, no doído
No inverno, no verão, na saudade, na paixão
Afinal, se vai, amor, vem solidão.

terça-feira, 1 de março de 2011

La Noyee

Esse desejo que me massacra...
Essa cama fria que se torna gigantesca e tortura meu corpo sozinho.
Desejo seus braços ao meu redor
Desejo a sua carência se deliciando com meus lábios. Desejo esses seus olhos me comendo, essa língua me querendo, essa boca falando meu nome.
Me perderia em seus encantos só pra ver se muda o tom. Não é tão errado assim, é?
Talvez seja mais errado do que eu possa imaginar, mas não o suficiente pra eu parar de desejar.