segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Conta gotas

Menina chuva
Que não para de doer
Não deixa a neblina secar
Não deixa a tristeza escorrer
No fundo carrega uma dor
Um choro engasgado no peito
Um sufoco atordoado
E faz trovão, garoa, deságua
E cospe toda a mágoa
Que lhe engole o ser

É rio que corre ao contrário
É chuva que mata afogado
É raio de prata apagado
É nuvem em dia nublado

Ela chora dia e noite
E o céu sempre sabe
Que ela morre aos pouquinhos
A cada entardecer


-Dezembro.2014-