quinta-feira, 29 de maio de 2014

Varanda

Mordo os lábios manchados de vinho e pinto a ponta do terceiro cigarro que você tanto gosta. Não me viro de frente para não ter que encontrar seus olhos que sempre estão fixos nos meus e para onde quer que eu olhe, você me acompanha. Não há luz suficiente e mesmo assim escondo meu medo.
Sim, jogamos o mesmo jogo, se é assim que você prefere chamar, mas nosso perfume é diferente e se mistura no sofá da sala e no tapete do chão.
Porque você me olha assim?
Não vê que eu preciso respirar?