terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Eu me pertenço

E no momento em que avistei o horizonte, tomei uma inspiração profunda e corri.
A areia fofa não me impedia de andar, eu planava sobre ela mais rápido que o vento e enquanto corria, despia toda a minha roupa e meu medo da solidão.
Ia me aproximando cada vez mais da água e meu coração disparava a cada passo. O mar infinito cortado pelo horizonte sob o céu aquarelado e eu, nua, sozinha, feliz.
Ao tocar meus pés nas espumas, pulei as cinco primeiras ondas e mergulhei em direção ao fundo do mar, ralando os joelhos na areia e voltando a superfície.
Quando abri os olhos, encarei o céu. No meu rosto escorriam gotas salgadas e percebi que o oceano não era nada mais, nada menos que minhas lágrimas de liberdade.
Metade do céu pertencia à Lua e o azul me afagava carinhosamente e sussurrava palavras de conforto aos meus ouvidos. Todo o amor do mundo estava nos olhos brilhantes daquela Lua.
A outra metade tinha sido tomada pelo pôr-do-sol, que preenchia meu coração de amor e liberdade. O calor agradava minha pele, me engolia e aquecia meu coração gelado.
Abaixo do horizonte, um mar prateado. As ondas cessaram e o vento mudou de direção, refletindo na superfície todas as estrelas que brilhavam lá de longe do universo.
Eu, o mar, o sol e a lua, nos pertencemos e somos um só corpo celestial, livre pra amar eternamente a nossa existência.


-Sem data definida-

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